O dia em que os algoritmos confundiram o anúncio de um livro de história com um anúncio pornográfico

15 de julho de 2020
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O dia em que os algoritmos confundiram o anúncio de um livro de história com um anúncio pornográfico 1

“Estou tentando anunciar um livro de história!”

A historiadora especializada em século XVII, Andrea Zuvich, tentou anunciar o seu novo livro no Instagram e no Facebook, mas ambos rejeitaram o anúncio porque acharam que ela estava tentando vender “produtos ou serviços para adultos”. Com razão, ela protestou em suas redes sociais dizendo o que deveria ser óbvio: “Estou tentando anunciar um livro de história!”. A rejeição aconteceu porque o livro se chama “Sex and Sexuality in Stuart Britain” (“Sexo e sexualidade na Grã-Bretanha de Stuart”, não traduzido para o português). Por causa do título, os algoritmos (códigos de programação, em parte automatizados) das duas redes sociais entenderam se tratar de propaganda pornográfica, o que violaria os seus termos de uso. O episódio pode parecer sem importância. Mas não é bem assim. O que aconteceu com Zuvich deixa em alerta quem pesquisa, escreve e divulga história. Como você já deve ter percebido, tem sido cada vez maior a circulação de conhecimento histórico da internet. Isso significa que esse conhecimento está também cada vez mais dependente de algoritmos de empresas privadas. Essas linhas de programação controlam não só anúncios publicitários, mas também os resultados de nossas buscas, a visibilidade de nossos blogs, os vídeos que nos são sugeridos e os posts dos perfis que seguimos. É muito poder. E para piorar, nós mal sabemos como eles funcionam. Em muitos casos, são como verdadeiras caixas pretas.

Boletim de História Moderna

Uma dica para quem é historiador da área de história moderna: a Rede Brasileira de Estudos em História Moderna acaba de lançar a primeira edição do Boletim de História Moderna. Segundo seus editores, o boletim foi lançado “com o objetivo de reunir e divulgar informações relacionadas à área de História Moderna no Brasil e no mundo.” 

15 anos da primeira tese

Nem todo mundo sabe, mas a Fiocruz também é uma casa para historiadores. Lá funciona o Programa de Pós-Graduação em História da Ciência e da Saúde (PPGHCS). A primeira tese de doutorado defendida no programa completou 15 anos ontem. “Entre os salões e o laboratório: Guilherme Guinle, a saúde e a ciência no Rio de Janeiro, 1920-1940” foi defendida em 14 de julho de 2005 por Gisele Sanglard, que hoje é professora do programa. 

“Notas de Rodapé” é a coluna de Bruno Leal, editor do Café História. Aqui você encontra notícias curtas, informações sobre eventos, dicas de livros, reflexões sobre a presença da história no tempo presente, sugestões de filmes, pensamentos sobre o ofício do historiador e muitas outras coisas legais que esse divulgador científico for encontrando pelo meio do caminho. Tem alguma pauta? Escreva para a coluna.

Leia outras edições do Notas de Rodapé

Bruno Leal

Fundador e editor do Café História. É professor adjunto de História Contemporânea do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB). Doutor em História Social. Tem pós-doutorado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pesquisa História Pública, História Digital e Divulgação Científica. Também desenvolve pesquisas sobre crimes nazistas e justiça no pós-guerra.

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