5 filmes iranianos para ver no streaming

Nas últimas décadas, o cinema iraniano tem conquistados novos públicos e vencido importantes festivais pelo mundo. Asghar Farhadi e Abbas Kiarostami são os seus principais representantes.
25 de fevereiro de 2023
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Cena de "A Separação~(2011), obra-prima de Asghar Farhadi. Foto: reprodução.

Pouca gente sabe, mas o cinema iraniano é uma escola cinematográfica bem importante. Diferente nos temas e inovador nas técnicas, sua história se inicia no início do século XX. Nas décadas de 1960, o movimento a “Nova Onda Iraniana” foi um divisor de águas. Caracterizado pela experimentação técnica e temática, essa “Nova onda” dialoga com outras expressões conhecidas do século passado, como o neorrealismo italiano e a Nouvelle Vague francesa. Desde então, o cinema iraniano tem sido aclamado por seu estilo autoral, coragem política e sensibilidade social.

Apesar de restrições orçamentárias e de censura governamental, o cinema iraniano continua a florescer. Filmes como “A Separação” (2011), de Asghar Farhadi, e “Sabor de cereja” (1997), de Abbas Kiarostami, os filmes produzidos no país conseguiram alcançar um público global, jovem e ganhar reconhecimento em importantes festivais de cinema, como Cannes, Veneza e Berlim. Confira nossa lista.

(1) A Separação (Asghar Farhadi, 2012, Prime) – Este premiado drama segue a história de um casal contemporâneo. Nader se divorcia da mulher e, precisando de alguém para tomar conta do pai idoso, contrata Razieh. Sem saber que ela está grávida, ele a empurra durante uma briga, provocando um aborto, o que o leva aos tribunais. Questões de gênero e política estão subjacentes nesta narrativa. 

(2) Táxi Teerã (Jafar Panahi , 2015, Prime) – Este documentário-drama híbrido segue o cineasta Jafar Panahi enquanto ele dirige um táxi pelas ruas de Teerã e conversa com seus passageiros sobre suas vidas e as políticas do governo. O estilo realista apresenta um leque bastante amplo de questões política e sociais. 

(3) “À sombra do medo” (Babak Anvari, 2016, Netflix) – O filme conta a história de uma mulher chamada Shideh, que vive com sua filha em um apartamento em Teerã durante a Guerra Irã-Iraque. Depois que sua filha começa a ter visões de um ser misterioso que a aterroriza, Shideh começa a investigar o que está acontecendo e descobre que o prédio em que vivem pode estar assombrado por espíritos malignos. Enquanto tenta proteger sua filha e lidar com a tensão da guerra que se aproxima, Shideh é confrontada por seus próprios medos e incertezas, colocando em risco sua sanidade e sua própria vida.

(4) “Onde fica a casa do meu amigo?” (Abbas Kiarostami, 1987, Mubi) – A história é centrada em menino chamado Ahmed, que vive em uma pequena cidade no norte do Irã. Um dia, após perceber que um colega de escola pegou seu caderno por engano, Ahmed decide ir à sua casa para devolver o caderno, mas percebe que a casa do colega fica em outra cidade. O tempo é curto e Ahmed precisa enfrentar muitos desafios, incluindo a falta de transporte e o fato de não conhecer a cidade. Ele encontra vários moradores locais e pede ajuda para encontrar a casa do colega. Ao longo de sua jornada, Ahmed experimenta a vida em outras comunidades e aprende lições valiosas sobre empatia e solidariedade.

(5) “Não há mal algum” (Mohammad Rasoulof, 2017, Apple TV) – Premiado no Festival de Cannes de 2017. O filme é um drama que se passa no Irã contemporâneo e segue a história de uma mulher chamada Nema, que trabalha em uma clínica médica na capital Teerã. Apesar das leis rígidas e da fiscalização constante do governo, Nema se dedica aos seus pacientes e busca fornecer o melhor atendimento possível, muitas vezes em situações difíceis e perigosas. Porém, um dia, as ações de Nema chamam a atenção do governo e ela se torna alvo de uma investigação que coloca em risco sua vida e a vida de sua família. O filme aborda a corrupção, a falta de liberdade individual e a opressão do governo, enquanto apresenta um retrato realista da vida no Irã moderno.

Bruno Leal

Fundador e editor do Café História. É professor adjunto de História Contemporânea do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB). Doutor em História Social. Tem pós-doutorado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pesquisa História Pública, História Digital e Divulgação Científica. Também desenvolve pesquisas sobre crimes nazistas e justiça no pós-guerra.

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