Biblioteca digital ajuda a contar a história das mulheres e do feminismo

A “Biblioteca da Mulher” é uma instituição britânica centenária. Seus documentos e coleções ajudam a entender os rumos do feminismo no mundo contemporâneo.
8 de março de 2023
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"The Fawcett Library", nome da Biblioteca da Mulher, nos anos 1980. Foto: LSE.

Uma biblioteca, um arquivo e um museu. A “Biblioteca da Mulher”, na Inglaterra, é tudo isso e mais um pouco. Com milhares de documentos digitalizados, a The Women’s Library, no original em inglês, é a maior e a mais antiga biblioteca da Grã-Bretanha dedicada à história das mulheres e do ativismo feminino. Suas coleções documentam o período que vai desde o final do século XIX até os dias atuais. Embora o foco da instituição seja a Grã-Bretanha, sabe-se que o feminismo britânico foi inspirador de vários outros feminismos – daí a grande importância desta biblioteca para outros contextos.

A Biblioteca foi inaugurada oficialmente como a Biblioteca da London Society for Women’s Service em 1926 e tinha dois objetivos: preservar a história do movimento sufragista feminino e fornecer um recurso para que as mulheres recém-autorizadas participassem da vida pública

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Casa de Serviço Feminino em Marsham Street, Westminster. 
TWL-2000-67. 
LSE

Ao longo do tempo ela teve muitos nomes, doadores e sedes. Ela tem o seu atual nome desde 2002 e desde 2013 está sob a guarda da London School of Economics (LSE), uma das principais instituições de Ensino Superior da Inglaterra.

A biblioteca tem coleções sobre as sufragistas (movimento em prol do voto feminino e da participação das mulheres na política), de campanhas políticas do entreguerras, cartazes políticos de diversos momentos, materiais sobre a luta de negras e asiáticas e muitos outros documentos sobre a presença das mulheres britânicas e estrangeiras na vida pública, no trabalho e na saúde britânica. Há ainda muitos livros raros, fotografias e diários exclusivos. Nossa sugestão: a coleção com mais de 1000 panfletos feministas do entreguerras.

Bruno Leal

Fundador e editor do Café História. É professor adjunto de História Contemporânea do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB). Doutor em História Social. Tem pós-doutorado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pesquisa História Pública, História Digital e Divulgação Científica. Também desenvolve pesquisas sobre crimes nazistas e justiça no pós-guerra.

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