Rio de Janeiro recebe conferência internacional sobre Primeira Guerra Mundial

8 de junho de 2018
3

Evento acontece nos dias 20 e 21 de junho na Fundação Casa de Rui Barbosa. Pesquisadores de diversos países participam do encontro.

Bruno Leal | Agência Café História

A Conferência Internacional “Tempos de Violência: O Fim da Primeira Guerra Mundial e o Início de uma Era” é uma realização original do Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGHIS/UFRJ) e do Instituto de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (iRi/PUC-Rio), com apoio da Fundação Casa de Rui Barbosa, da CAPES, do Ministério da Cultura do Brasil e do Consulado Geral da França no Rio de Janeiro.

Kämpfe_auf_dem_Doberdo
Representação da Batalha de Doberdò, travada em agosto de 1916 entre os exércitos italiano e austro-húngaro. Pintura de Rudolf Alfred Höger (1877–1930).

Entre os conferencistas do evento estão Annette Becker, da Université Paris Nanterre (França), e Jay Winter, da Yale University (Estados Unidos). Participam ainda como palestrantes Alexandre Moreli, da Universidade de São Paulo (Brasil), Dan Todman, da Queen Mary University of London (Inglaterra), Letícia Carvalho, da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (Brasil), Marcelo Jasmin, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (Brasil), María Inés Tato, da Universidad de Buenos Aires (Argentina), Matthew Craven, da University of London (Inglaterra), Siba Grovogui, da Cornell University (Estados Unidos) e Silvia Correia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Brasil).

Centenário da Primeira Guerra Mundial

Nos últimos quatro anos (2014-2018), o jubileu de 100 anos da Primeira Guerra Mundial tem sido marcado por uma série de debates, publicações e eventos que buscam melhor compreender um dos eventos mais complexos e importantes da história global recente. O evento que ocorre na Fundação Casa de Rui Barbosa busca inserir o Brasil no mapa dessas discussões, promovendo a internacionalização do meio acadêmico brasileiro, trazendo ao país especialistas que estão construindo novas perspectivas sobre a “Grande Guerra” e contribuindo com o desenvolvimento interdisciplinar dessa área específica.

Rio de Janeiro recebe conferência internacional sobre Primeira Guerra Mundial 1
Programação completa do evento, que é aberto ao grande público.

Em nome da comissão organizadora, a historiadora Sílvia Correia conversou por e-mail com o Café História sobre a importância da realização deste evento no Brasil:

– Este evento pretende retirar a discussão sobre o conflito de uma certa marginalidade na qual é colocada no Brasil, seja no espaço público – como se pode verificar pelo mercado editorial de trabalhos sobre o assunto, com poucas traduções de nomes centrais e atuais que discutem o tema – seja na universidade, pela pouca produção acadêmica sobre a mesma. Nesse sentido, este encontro se apresenta como um momento de partilha e divulgação de maneiras de se pensar o conflito. Ao discutir temas como identidade, memória, violência, raça, trauma entre outros, opta-se por vias de abordagem críticas, que vão da cultura de guerra ao pós-colonialismo, descentrando o conflito no tempo e na geografia e privilegiando um olhar transnacional e comparativo.

O evento será público e gratuito, e as inscrições deverão ser feitas apenas no local, no dia 20 de junho, a partir das 14:00. A Fundação Casa de Rui Barbosa está localizada na Rua São Clemente, 134, Botafogo. Serão fornecidos certificados aos interessados que comparecerem a pelo menos três das cinco atividades previstas (2 conferências e 3 mesas). Baixe o programação do evento aqui. Confira também o site oficial da conferência.

Bruno Leal

Fundador e editor do Café História. É professor adjunto de História Contemporânea do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB). Doutor em História Social. Tem pós-doutorado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pesquisa História Pública, História Digital e Divulgação Científica. Também desenvolve pesquisas sobre crimes nazistas e justiça no pós-guerra.

3 Comments

  1. Olà pais tropical, à minha esquerda estao sentados 2 brasileiros nos bancos da estaçao da cidade onde moro na Franca, numa regiao que em relaçao a Grande Guerra, esteve situada ” à l’ arrière “. Me fez sorpresa aprender aqui que também no Brasil havia eventos sobre esta guerra, em que o meu avo do lado da minha mae, se achou e onde ” foi là desgraçado ” segundo o que me disse a viuva dele, uma mulher do campo minhota. Ao passo que Brasil entrou na 2da guerra mundial ( um ex-combatente frances desta com quem falei viu os vossos egrejos avos na Italia ) me parece que nao se meteu na matança da 1a ao contrario de Portugal. Em frances, se chamam as batalhas que causam mais mortos ” boucheries “. Contei 14 ” boucheries ” na linha da frente em Franca ; aqui quere dizer matança em massa e nao um comercio em que o fregues pode comprar carne como por exemplo bife, bife do Limousin, dessa raça da regiao onde moro ( Limoges ). A Batalha de Verdun foi uma dessas ” boucheries “. Jà pensei fazer um desenho sobre a guerra na ex – jugoslavia nos anos 90, usando a palavra ” boucherie ” a falar de Sarajevo na Bosnia, em que acabaram por là estar forças em nome da ONU ? E entre eles os portugueses. Mostrar uma carnificina chamada ” Boucherie Herzégovine ” o açougueiro a vender varias carnes de humano : croata, servio, bosnio, carne de kosovar e de homem do Montenegro, etc … Em 2014 em Portugal vi uma exposiçao sobre P na 1a Grande Guerra, no Palacio perto do Castelo de Guimarães, cidade onde nasceu P. Na Franca durante estes ultimos anos houve e sigue havendo eventos sobre essa guerra. Em maio, assiti a um espetaculo musical que faz reviver a atmosfera dessa guerra, com cançoes e nao so : ex.: La madelon, La chanson de Craonne, etc … Uma pergunta. Na historia de P de A.H. de Oliveira Marques, no indice se lé 1a Republica e depois 2da republica, para falar da depois do Estado Novo . Na minha opiniao esta se deveria chamar a 3ra republica porque a do Estado Novo também foi uma republica, de extrema direita certo!

Deixe um comentário

Your email address will not be published.

Don't Miss