Imprensa Nacional de Portugal disponibiliza vários volumes que contam a sua história

26 de março de 2020

Os vários volumes da obra “250 Anos. Breve História da Imprensa Nacional”, de autoria dos pesquisadores Maria Inês Queiroz, Inês José e Diogo Ferreira, vai ser aos poucos colocada em acesso aberto no site da instituição. Primeiro volume já pode ser baixado gratuitamente. 

Agência Café História

No contexto da pandemia COVID-19, instituições e centros de pesquisa do mundo inteiro estão disponibilizando, gratuitamente, parte de seus acervos e documentos. É o caso da Imprensa Nacional de Portugal. A instituição, que tem mais de 250 anos, explica que “tomou a iniciativa de disponibilizar os seus conteúdos digitais, assumindo, desde o primeiro instante, que esta medida pretende fazer face ao isolamento e, ao mesmo tempo, incentivar a leitura”. Além disso, de acordo com comunicado oficial publicado em seu site, “é também uma iniciativa que dá continuidade à sua primordial e já longa missão de serviço público: preservar e divulgar a memória e o património comuns”.

Serão colocados em acesso aberto 10 pequenos volumes, ao longo de 10 semanas (um volume por semana). O primeiro volume já pode ser baixado gratuitamente aqui

250 anos de Imprensa Nacional

Esta edição, em formato exclusivamente digital, é uma breve síntese adaptada a partir da obra que evocou e celebrou os 250 anos da editora pública: “Indústria, Arte e Letras”, de autoria de Maria Inês Queiroz, Inês José e Diogo Ferreira, pesquisadores que pertencem a Universidade Nova de Lisboa e ao Instituto de História Contemporânea.

Os volumes contam a história da editora pública portuguesa desde a sua criação, em 24 de dezembro de 1768, até ao presente, percorrendo o seu papel no setor das artes gráficas, da indústria do livro e da formação profissional, num cruzamento óbvio e inevitável da história do próprio país, como explica Maria Inês Queiroz:

Imprensa Nacional de Portugal
Imprensa Nacional

“A história da Imprensa Nacional cruzou-se com a história do país, variando em função das principais transformações políticas e económicas e de mudanças socioculturais que, no seu conjunto, se refletiram na sua produção editorial. Desde logo, no plano profissional, merece especial destaque o papel que assumiu no ensino das artes gráficas, tornando-se uma referência à escala nacional. Com efeito, a Impressão Régia foi criada como tipografia e fábrica de letra mas também incumbida de assegurar o ensino nas oficinas, nas quais foram formados, por mais de dois séculos, gravadores, compositores, impressores, fundidores de tipo e litógrafos, entre outros tantos profissionais que contribuíram para a sua reputação técnica e artística”.

A origem da Imprensa Nacional

O primeiro volume disponibilizado pela instituição explica a sua origem: “A história da Imprensa Nacional remonta ao reinado de D. José I e à iniciativa reformista do Conde de Oeiras, futuro Marquês de Pombal. A oficina tipográfica foi criada como Impressão Régia por alvará, de 24 de dezembro de 1768, que determinou a constituição de “uma Oficina Tipográfica, a qual possa fazer-se útil e respeitável pela perfeição dos carateres, e pela abundância e asseio das suas impressões”, atribuindo-lhe ainda funções de ensino e aperfeiçoamento artístico. A iniciativa fez parte de uma reforma alargada da educação, da cultura e da ciência, que pretendeu substituir a influência jesuíta pela corrente iluminista europeia, da qual resultou também a criação da Aula do Comércio (1759) e do Real Colégio dos Nobres (1761), e a reforma da Universidade de Coimbra (1772), cujos estatutos foram impressos na nova tipografia régia”.

Com informações da Imprensa Nacional Casa da Moeda.

Como citar esta notícia

CARVALHO, Bruno Leal Pastor de. Imprensa Nacional de Portugal começa a disponibilizar vários volumes que contam a sua história (notícia). In: Café História – História feita com cliques. Disponível em: https://www.cafehistoria.com.br/historia-da-imprensa-nacional-de-portugal/ . Publicado em: 26 mar. 2020.

Bruno Leal

Fundador e editor do Café História. É professor adjunto de História Contemporânea do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB). Doutor em História Social. Tem pós-doutorado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pesquisa História Pública, História Digital e Divulgação Científica. Também desenvolve pesquisas sobre crimes nazistas e justiça no pós-guerra.

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