Além de pirâmides e faraós: em busca dos subalternos do Egito antigo 1
"Modelo Gado estábulo do túmulo de Meketre", cerca de 1981-1975 aC. Este modelo de estábulo foi encontrado com outros 23 modelos de barcos, jardins e oficinas em uma câmara escondida ao lado da passagem que leva ao túmulo escavado na rocha de Meketre, que começou sua carreira sob o rei Nebhepetre Mentuhotep II da dinastia 11 e continuou a servir reis sucessivos nos primeiros anos da dinastia 12. Fonte: The MET.

Além de pirâmides e faraós: em busca dos subalternos do Egito antigo

Muitos livros de História ainda tratam o Egito antigo apenas como a civilização dos monumentos faraônicos, mas poucos se perguntam: quem carregou as pedras que sustentam a monumentalidade que gera fascínio hoje em dia?
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O Egito antigo domina o imaginário ocidental como a grande civilização das pirâmides, da riqueza dos faraós e das múmias encontradas em luxuosas tumbas, finamente decoradas com imagens que caracterizam uma das mais belas expressões artísticas da história da humanidade. Tudo isso é verdade. Mas não é tudo. A fixação da realeza e da elite egípcias com a morte, a preservação do corpo mumificado e um rico enxoval funerário que garantiriam uma vida após a morte pacífica e suntuosa é só parte de uma história mais complexa.

A maioria dos egípcios antigos muito provavelmente nunca viu uma múmia, ou vasos canopos, ou um sarcófago. A vasta maioria dos cemitérios do período faraônico é composta por covas simples, fossos escavados na superfície desértica, contendo um corpo em posição estendida, alguns potes de cerâmica e, com sorte, um ou dois amuletos de faiança .[1] Via de regra, a grande maioria da população, à qual nós especialistas nos referimos como “não-elite” – trabalhadores urbanos, agricultores, serviçais, grupos colonizados e quaisquer outros grupos localizados nas margens da sociedade de corte elitista e letrada – não tinha acesso à cultura material funerária que domina o nosso imaginário e imediatamente nos remete à civilização do Nilo. Se, por um lado, a morte no Egito era inclusiva e materialmente diversa, por outro lado, é curioso notar como a Egiptologia pouquíssimas vezes se propôs a responder as perguntas de Bertolt Brecht em seu famoso poema Perguntas de um Trabalhador que Lê (1935): “Quem construiu Tebas, a cidade das sete portas? Nos livros estão nomes de reis; os reis carregaram pedras?”

Elites e não-elites: tensões textuais e materiais

Em seu poema, o dramaturgo alemão se refere à Tebas grega, imortalizada na obra de Ésquilo, e não à Tebas egípcia, onde se localizava o grande templo de Karnak, o maior templo de toda a antiguidade, e o Vale dos Reis, onde foram enterrados os faraós do Reino Novo (1550–1070 a. C.) junto com seus tesouros, como aquele de Tutankhamon. De qualquer maneira, os questionamentos de Brecht se aplicam perfeitamente ao caso egípcio. Quem construiu Tebas? Ou o templo de Karnak? Ou as tumbas reais do Vale dos Reis? Ou as pirâmides de Gizé?

Escavações recentes na região do Mar Vermelho, mais especificamente no porto egípcio de Wadi el-Jarf, revelaram os fragmentos de papiro mais antigos da história. O minucioso trabalho de tradução das inscrições contidas nesses fragmentos de papiro revelou pela primeira vez aspectos incríveis do processo de construção da grande pirâmide de Quéops em Gizé. Esses fragmentos de papiro consistem no diário de bordo de um supervisor de um grupo de trabalhadores chamado Merer, cuja equipe era responsável por transportar, de barco pelo rio Nilo, gigantescos blocos de calcário extraídos de pedreiras nas proximidades até o canteiro de obras da grande pirâmide. Em certa passagem do papiro Jarf BII (c. 2500 a. C.), podemos ler: “Dia 2: o inspetor Merer passa o dia com sua equipe arrastando pedras no norte (da pedreira) de Tura. Dia 3: o inspetor Merer deixa o norte de Tura e navega para Akhet-Khufu (o local da grande pirâmide) carregado de pedras”.[2]

Documentos textuais como este são raríssimos, por questões de preservação, mas sobretudo porque, no Egito antigo, por toda a sua milenar história, as ínfimas elites ligadas à corte controlavam a produção textual, com a exceção de trabalhadores excepcionais (e portanto, detentores de algum status social que não nos permitiria simplesmente qualificá-los como parte da “não-elite”). Entre estes, encontravam-se especialmente os escribas, responsáveis pela administração diária do sistema econômico e social egípcio, mas também trabalhadores como os habitantes letrados da vila de Deir el-Medina, encarregados da decoração das tumbas reais no Vale dos Reis. Diante disto, documentos textuais egípcios geralmente oferecem uma visão (propositalmente) deturpada a respeito das chamadas não-elites, já que foram produzidos pelas camadas sociais diretamente interessadas em manter os grupos subalternos “em seu devido lugar”.

Por exemplo, um texto literário datado do Reino Médio (c. 2025–1700 a. C.), a Sátira das Profissões, apresenta uma visão elitista e jocosa da sociedade egípcia. Trata-se de um pai aconselhando o seu filho a respeito de vários ofícios existentes naquela sociedade, todos inferiores ao ofício de escriba:

“O oleiro cobre-se de lama, embora ainda esteja entre os vivos. Chafurda na lama mais que um porco para queimar seus vasos. […] O lavrador lamuria-se mais que galinha-d’angola e grita mais alto que o corvo. Seus dedos são inchados e fedem ao extremo. […] O tecelão na oficina é mais desventurado que uma mulher. Com os joelhos contra o ventre não pode respirar direito. Se ficar um dia sem tecer, leva cinquenta chibatadas. […] Eis que não há profissão sem chefe, exceto a do escriba: ele é o chefe”.[3]

De forma semelhante, relevos e pinturas parietais em tumbas da elite egípcia em Tebas contêm cenas de trabalhadores desempenhando diversas atividades. Esses trabalhadores, anônimos, indefinidos socialmente nos textos egípcios, são sempre esquematicamente representados muito menores do que os demais indivíduos representados nessas tumbas, enquanto o proprietário – usualmente um funcionário do alto escalão administrativo ligado à corte faraônica ou ao grande templo de Karnak – é representado em maior escala – a maneira egípcia de representar as abissais diferenças sociais existentes naquela sociedade (figura 1).

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Figura 1: (topo) trabalhadores ocupados com a produção de itens funerários destinados a membros da elite faraônica: carpinteiros, escultores, ceramistas. Tumba de Nebamon e Ipuky (TT181, c. 1390–1349 a. C.). Facsímile por Norman de Garis Davies, Metropolitan Museum of Art (domínio público); (à esquerda, abaixo) escultores confeccionando uma estátua monumental; (à direita, meio) trabalhadores confeccionando tijolos de barro, que eram empregados em diversas construções, desde palácios a simples casas; (à direita, abaixo) trabalhador confeccionando sandálias. Tumba de Rekhmire (TT100, c. 1400 a. C.). Facsímiles por Nina de Garis Davies, Metropolitan Museum of Art (domínio público).

As representações esquemáticas, conservadoras e preconceituosas das não-elites por parte da elite egípcia antiga não nos permitem entender o papel social desses grupos que foram os reais responsáveis pela construção e manutenção da “civilização” grandiosa que tantos admiram nos dias de hoje. Com base em documentos desse tipo, essas não-elites só podem ser compreendidas de forma intermediada, através dos grupos sociais que se beneficiavam da manutenção de hierarquias rígidas que limitavam a agência desses grupos subalternos. Isto os mantinha na base de uma pirâmide social rígida, como receptáculos passivos de inovações culturais produzidas pelas elites.

Ao contrário, a arqueologia nos permite pintar um quadro bastante diferente e mais complexo a respeito da vida e da morte e entender melhor o papel social de grupos que permaneceram subalternizados na sociedade egípcia. A cultura material de cemitérios da “não-elite” nos permite entender como esses grupos subalternos tiveram chances esporádicas de contribuir criativamente para a complexidade da sociedade e da cultura egípcias para além do uso de sua mão de obra em grandes construções faraônicas, monumentos e objetos de elite.[4]

Cemitérios de “não-elite” no Egito são caracterizados por ampla escassez (figura 2). Raramente encontram-se enterramentos contendo objetos funerários. Informações retiradas da análise dos ossos dos indivíduos enterrados nessas covas simples geralmente revelam as más condições de vida às quais estavam submetidos. Por exemplo, em Amarna, cidade construída pelo faraó Akhenaton no final da 18a dinastia (c. 1350–1035 a. C.), a maioria da população enterrada em grandes cemitérios populares era anêmica e possuía achatamentos nas vértebras da coluna, resultado de uma vida carregando cargas pesadas – as pedras das quais são feitos os monumentos dos reis.[5]

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Figura 2: covas de não-elite no Cemitério das Tumbas do Sul, o maior cemitério popular de Amarna. Cemitérios de não-elite são usualmente caracterizados por covas simples: fossos relativamente rasos escavados na superfície desértica, de tamanho suficiente para acomodar um corpo estendido, que, na maioria das vezes, não possuía nenhum artefato associado. Foto de Rennan Lemos.

Esse contexto reconstruído pela arqueologia pode, de certa forma, reforçar o caráter submisso das “não-elites” em relação às elites que detinham o monopólio dos textos e das imagens que veiculavam a subalternidade desses grupos. Mas ao mesmo tempo, a arqueologia nos oferece bases para entender esses grupos subalternos como agentes sociais produtores de inovação cultural.

Imaginem um funcionário do alto escalão administrativo ou templário que planejava, ainda em vida, a sua tumba monumental escavada na rocha na subida de uma colina calcária (figura 3). Esse funcionário precisaria empregar construtores para escavar a rocha e artesãos e pintores para decorar as paredes da capela funerária com estátuas, relevos e pinturas (figura 1). Ele precisaria, ainda, encomendar caixões decorados, cobertos com inscrições hieroglíficas, e estatuetas funerárias, caixas e diversos recipientes, itens de vestuário e acessórios, mobiliário etc. para serem depositados em sua tumba. Esses trabalhadores, que aparecem minúsculos nas paredes decoradas das tumbas da elite, eram empregados em oficinas urbanas como aquelas escavadas em Amarna[6], que produziam contas e amuletos/pingentes de faiança e vidro, caixões de madeira, estatuetas funerárias e outros objetos que movimentavam uma economia funerária no Egito e na Núbia .[7]

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Figura 3: visão aérea da necrópole dos nobres em Tebas (atual Luxor). Nas colinas calcárias do deserto ocidental, localizam-se centenas de tumbas escavadas na rocha. Wikimedia Commons.

Das interações entre elites e não-elites (consumidores abastados e trabalhadores comuns), resultavam adaptações criativas, por parte de grupos subalternos sem acesso aos círculos letrados da elite, da cultura material que hoje nós consideramos tipicamente egípcia. Essas adaptações – análogas a comprar itens “de marca”, porém made in China – são usualmente consideradas como cópias de segunda categoria daqueles objetos encomendados pelas elites para sepultar em suas tumbas, o que reforçaria a subalternidade desses grupos como desprovidos de potencial para produzir inovação cultural.

Grupos colonizados da Núbia egípcia no Reino Novo não tinham acesso a certos objetos funerários de prestígio, como sarcófagos ou vasos canopos. Por exemplo, na ilha de Sai, na Alta Núbia (atual Sudão), algumas pessoas adaptaram vasos globulares de cerâmica adicionando “tampas” de barro modeladas à mão simulando cabeças humanas, numa tentativa de transformar recipientes corriqueiros em vasos canopos (figura 4). [8]  Ou ainda no Egito, em Amarna, adaptações de caixões com fundo preto, típicos da elite da época, foram encontradas no Cemitério das Tumbas do Sul e interpretados como uma inovação material[9], ou seja, mais do que cópias mal feitas, as apropriações criativas, por parte da não-elite, de padrões materiais das elites podem resultar em total inovação cultural.[10].

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Figura 4: vasos globulares comuns adaptados e transformados em vasos canopos. Ilha de Sai, Sudão. Cortesia do projeto AcrossBorders.

Estratégias criativas de consumo de bens funerários por parte de grupos acostumados com escassez material incluem a adaptação de itens facilmente consumidos pelas elites. Adaptar criativamente vários elementos com o intuito de possuir itens socialmente restritos permitiria aos grupos subalternos participar, de alguma forma, de interações sociais estabelecidas pelo consumo de coisas. Isto não é completamente alheio a relações sociais estabelecidas pelo consumo de certos itens hoje, o que produz grupos que se distinguem pelo carro, smartphone ou casa que possuem.

Porém, em contextos de limitações materiais generalizadas, grupos subalternos também poderiam recorrer a alternativas além da adaptação de itens tipicamente associados às elites, que escorriam do topo para a base da pirâmide social. Por exemplo, na maior tumba do maior cemitério popular da Núbia egípcia, o cemitério de Fadrus, vários indivíduos foram sepultados coletivamente em uma tumba para ter acesso ao item mais restrito de todo o cemitério: um escaravelho coração (figura 5). Neste cemitério, foram escavadas quase 700 covas simples, similares àquelas de Amarna, contendo corpos individualmente sepultados, a maioria dos quais desprovidos de quaisquer objetos. Escaravelhos coração são amuletos que continham um encantamento do Livro dos Mortos que protegiam o coração do defunto para a vida após a morte e, portanto, eram itens essencialmente individuais. Porém, entre grupos subalternos, a única forma de possuir tal objeto era coletivamente, o que acabava criando um contexto social completamente distinto daquele originalmente criado pelo mesmo objeto em contextos de elite.[11]

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Figura 5: tumba 511 do cemitério de Fadrus na Baixa Nubia. Os indivíduos sepultados na mesma câmara muito provavelmente puderam ter acesso ao único escaravelho coração presente entre quase 700 enterramentos justamente porque cooperaram tanto em vida, quanto após a morte. Imagem reproduzida com permissão da professora Lana Troy (Uppsala), em nome da Missão Escandinava na Núbia.

Das apropriações e do consumo resultavam diversidade e inovação cultural que tinham o potencial de contestar a norma social vigente baseada em hierarquias rígidas (confirmadas por textos e imagens) e que permitiam aos subalternos colocar-se no mundo como agentes. Entretanto, essa agência não dependia somente da adaptação de padrões da elite, resultantes de interações desiguais. O grupo sepultado coletivamente na tumba 511 do cemitério de Fadrus conseguiu ter acesso a um escaravelho coração – item altamente restrito na Núbia, mesmo entre as elites locais – justamente porque souberam encontrar uma alternativa –coletiva – à escassez material em que viviam. Isto exemplifica o que Milton Santos qualificou como experiência da escassez, que gera uma certa sabedoria popular: a partir de sua experiência, grupos subalternos encontram, criativamente, maneiras de contornar a escassez (por exemplo, solidariedade), o que cria alternativas à estrutura social elitista que lhes é imposta durante toda sua vida.[12]

Contudo, havia um preço a ser pago por essa sabedoria da escassez: ao mesmo tempo em que o consumo (através da adaptação ou do engajamento coletivo) incluía a não-elite em redes de interações sociais com outros grupos, seu uso alternativo (adaptado ou coletivo) dos objetos jamais os permitiria integrar os espaços sociais da elite no Egito faraônico, que eram caracterizados não só pelo letramento e domínio das imagens, mas também por comportamentos e gostos bastante definidos, o que criava fronteiras rígidas, mesmo que contextualmente fossem permitidas interações a partir dos objetos materiais.

Conclusão

No Egito antigo, de um lado, grupos subalternos eram mantidos em condições de subalternidade primeiramente nos textos e nas imagens produzidos pelas elites, onde apareciam representados de maneira deturpada e/ou inferior. De outro lado, a arqueologia nos mostra as condições materiais da subalternidade, caracterizada pela péssima qualidade de vida e ampla escassez de recursos materiais, por mais que tais grupos ocasionalmente interagissem, por meio do trabalho, com aqueles grupos que possuíssem bens. Todavia, essas interações também podiam resultar em apropriações criativas por parte das não-elites. Essas apropriações contestavam a norma social vigente que os subalternizava através de usos alternativos de objetos tipicamente associados às elites.

Como aconteceu no Brasil há alguns anos, se o consumo de objetos tem o poder de incluir socialmente grupos que historicamente estiveram à margem da sociedade e das políticas públicas, os usos criativos/alternativos dos objetos de consumo entre grupos subalternos acaba reforçando sua posição de subalternidade numa sociedade hierarquizada, onde há elites que não toleram pobres viajando de avião ou, no caso do Egito antigo, pessoas incapazes de ler os hieróglifos contidos num amuleto e que, portanto, o empregavam de maneira “incorreta” em suas tumbas.

Notas

[1] ARROYO, Victoria. O papel dos amuletos em cemitérios de não-elite no Antigo Egito, Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, vol. 35, 2020, p. 69–78.

[2] TALLET, Pierre. Les papyrus de la Mer Rouge I. Le “Journal de Merer” (Papyrus Jarf A et B). Cairo: Institut Français d’Archéologie Orientale, 2017.

[3] ARAÚJO, Emanuel. Escrito para a eternidade: a literatura no Egito faraônico. Brasília: Editora da UnB, 2000.

[4] LEMOS, Rennan. Materiality and cultural reproduction in non-elite cemeteries. In MAYNART, É. et al (eds). Perspectives on materiality in ancient Egypt – Agency, cultural reproduction and change. Oxford: Archaeopress, 2018, p. 24–34.

[5] KEMP, Barry et al. Life, death and beyond in Akhenaten’s Egypt: excavating the South Tombs Cemetery at Amarna, Antiquity, vol. 87, 2013, p. 64–78.

[6] VANTHUYNE, Bart. Amarna factories, workshops, faience moulds and their produce. Ägypten und Levante, vol. 22/23, 2012/2013, p. 395–429.

[7] COONEY, Kathlyn. The Production of Private Ramesside Tombs within the West Theban Funerary Economy, Journal of Egyptian History vol. 1, n. 1, 2008, p. 79–115; AUENMÜLLER, Johannes; LEMOS, Rennan. Khnummose and a group of New Kingdom serpentinite shabtis – insights into colonial society in 18th dynasty Nubia. In BUDKA, Julia (with contributions of Johannes Auenmüller, Cajetan Geiger, Rennan Lemos, Andrea Stadlmayr and Marlies Wohlschlager). Tomb 26 on Sai Island: a New Kingdom elite tomb and its relevance for Sai and beyond. Leiden: Sidestone Press, 305–350.

[8] LEMOS, Rennan; BUDKA, Julia. Alternatives to colonization and marginal identities in New Kingdom colonial Nubia (1550–1070 BCE). World Archaeology, https://doi.org/10.1080/00438243.2021.1999853. LEMOS, Rennan. Material culture and colonization in ancient Nubia: evidence from the New Kingdom cemeteries. In SMITH, Claire (ed). Encyclopedia of Global Archaeology. Cham: Springer, https://doi.org/10.1007/978-3-319-51726-1_3307-2.

[9] STEVENS, Anna. Beyond iconography: the Amarna coffins in social context. In TAYLOR, John; VANDENBEUSCH, Marie (eds). Ancient Egyptian coffins: craft traditions and functionality. Leuven: Peeters, 2018, p. 139–160.

[10] Alguns desses caixões, provenientes de contextos populares iletrados, possuem inscrições hieroglíficas atípicas, “estranhas” de um ponto de vista elitista. Isto mostra que as estratégias de consumo da não-elite também acabavam contestando, de alguma maneira e contextualmente, o controle elitista da produção textual egípcia antiga.

[11] LEMOS, Rennan. Heart scarabs and other heart-related objects in New Kingdom Nubia, Sudan & Nubia, vol. 25, 2021, p. 252–269.

[12] SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 6a edição. Rio de Janeiro: Record, 2001.

Como citar este artigo

LEMOS, Rennan. Além de pirâmides e faraós: em busca dos subalternos do Egito antigo. In: Café História. Disponível em: https://www.cafehistoria.com.br/alem-de-piramides-e-faraos-os-subalternos-no-egito-antigo/. ISSN: 2674-5917.Publicado em: 17 jan. 2022.

Rennan Lemos

Rennan Lemos é doutor em arqueologia egípcia e sudanesa pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Atualmente trabalha como pesquisador na Universidade de Munique, na Alemanha, onde leciona em nível de graduação e pós-graduação. É também pesquisador colaborador do Setor de Antropologia Biológica, Departamento de Antropologia do Museu Nacional/UFRJ. Com larga experiência em escavações arqueológicas no Egito e no Sudão, dedica-se há mais de uma década ao estudo da não-elite no Egito e na Núbia.

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