Pesquisadores desenvolvem app alimentado por alunos para ajudar no combate às enchentes

25 de março de 2020
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A ideia é que as pessoas possam ajudar, em tempo real, a medir as chuvas em pontos específicos e indicar às autoridades as áreas mais afetadas. O software também poderá ser utilizado para que a população se informe sobre áreas de risco.

Agência Bori

As inundações que estão causando estragos em cidades brasileiras nos últimas dias são também uma preocupação em outros lugares do mundo, como no Reino Unido, onde regiões também ficaram embaixo d’água recentemente. Lá surgiu a pesquisa internacional Waterproofing Data (Dados à Prova d‘Água), que está criando um aplicativo para a participação dos cidadãos no combate às enchentes — com a colaboração de pesquisadores brasileiros da Fundação Getúlio Vargas (FGV EAESP) e do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden). A ideia é que as pessoas possam ajudar, em tempo real, a medir as chuvas em pontos específicos e indicar às autoridades as áreas mais afetadas. O software também poderá ser utilizado para que a população se informe sobre áreas de risco.

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Foto: MIKA BAUMEISTER / UNSPLACH

O piloto está sendo realizado em quatro escolas brasileiras na região do M’Boi Mirim, em São Paulo, e em Rio Branco, no Acre, e será expandido na próxima fase para 81 escolas espalhadas pelo país. Os estudantes do ensino fundamental e médio estão sendo capacitados para medir os níveis de chuva em pluviômetros artesanais feitos com garrafas PET e registrar os dados em um aplicativo desenvolvido pelos pesquisadores para reunir e centralizar as informações digitalmente. O app será lançado ao público no segundo semestre deste ano e qualquer pessoa poderá utilizar e gerar dados.

Mais dados e capilaridade

O projeto faz a medição hidrológica de maneira científica (calculando o nível do rio e o volume de chuva), mas a participação da população na coleta de dados — pela chamada ciência cidadã — permite gerar uma rede e agregar informações sobre diferentes regiões, como os bairros de periferia, dando mais capilaridade aos dados, explica João Porto de Albuquerque, professor da Universidade de Warwick, na Inglaterra, e pesquisador principal do projeto. “Nossa pesquisa busca transformar a experiência cotidiana e o conhecimento de indivíduos em uma base de dados abrangente, precisa e atualizada sobre como o clima está afetando comunidades em todo o Brasil”, diz. 

Além de trabalhar com as escolas, os pesquisadores também estão coletando informações sobre o histórico de chuvas e inundações com as pessoas idosas que vivem nas regiões há décadas — dessa forma, suas memórias se tornam dados cruciais para a defesa futura contra enchentes. “O fato de o projeto envolver pesquisadores de diversas áreas, como informática, administração pública e psicologia, entre outras, permite que sejam captadas diferentes perspectivas para o mesmo fenômeno”, enfatiza Maria Alexandra Cunha, pesquisadora da FGV EAESP que participa do projeto. No país, a pesquisa é financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Os dados compartilhados por meio do aplicativo possibilitarão um planejamento de risco de inundação mais preciso em nível local e nacional. “O projeto contribuirá para o entendimento das multidimensões das vulnerabilidades sociais das comunidades que vivem em áreas propensas a inundações, o que é útil para subsidiar o processo de tomada de decisão para melhorar nossos alertas”, comenta Liana Anderson, pesquisadora do Cemaden. A Universidade de Heidelberg, na Alemanha, também faz parte do projeto.

Fonte: Agência Bori

Agência Bori

A BORI é uma iniciativa criada para conectar o conhecimento inédito produzido por pesquisadores brasileiros a jornalistas de todos os tipos de veículos de comunicação do país. Por enquanto, estamos trabalhando com uma versão beta, ainda em testes.

1 Comment

  1. Meter uma draga a tempo inteiro a tirar as areias que vem de montante para juzante e que se acumulam nos leitos dos rios e qie com o tempo fazem volume e prococam as enchentes,porque nao vai haver lugar para os dois,ägua e areias novas.
    Nos pontos mais baixos,e mais sujeitos a inundaçoes fazer muros de betao.
    As areias podem ser usadas na construçao cìvil,onde existe uma procura crescente no mundo inteiro.
    Na Amèrica do Norte,no rip Mississipi fizeram muros com sacos de areia,mas o mais eficaz è a dragajem,para que as äguas tenham espaço.
    Os japoneses fizeram depositos com grande capacidade para escoarem as äguas em excesso.
    Aqui em Munique tem uma barragem no fronteira com a Austria,Silversteindam,e um canal que doi construido ä muitos anos e qie vai na cidade de Munique em paralelo com o rio e que comporta o execesso de ägua.
    Devem de usar o melhor exemplo para o vosso caso,mas primeiro ver como se fez noutros locais.
    Segundo a lögica è a draga que se adapta melhor a todos os tipos.
    A Holanda para existir faz o contrario,draga areia do mar e träs para terra,e è um processo que dura,porque Amesterdam estä a mais de 4 metros abaixo do nìvel do mar,ainda teem muito que dragar.
    Estive na Holanda e cruzei-me com uma dessas dragas a entrar em Amesterdam.

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