Sans-Culottes

11 de fevereiro de 2023

O termo sans-culotte (literalmente, “sem calças”, referência ao fato de usarem uma calça comprida em vez dos calções da aristocracia) apareceu entre 1791 e 1792 para se referir a uma categoria de parisienses revolucionários. Um documento de maio de 1793 retratava um sans-culotte como “um ser que anda sempre a pé e que mora modestamente com sua mulher e seus filhos, se os tiver, no quarto ou quinto andar”. O sans-culotte poderia ser um artesão, um pequeno patrão ou um intermediário entre aprendiz e mestre, vivendo como artesão assalariado, criado doméstico ou pequeno comerciante. Desse modo, o termo não se referia exatamente a uma “classe”, tampouco a um “proletariado urbano”, mas designava uma aspiração política compartilhada por grupos citadinos e desprivilegiados, em geral, enraizados em sua própria localidade e inseridos em redes familiares e corporativas.

Bruno Leal

Fundador e editor do Café História. É professor adjunto de História Contemporânea do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB). Doutor em História Social. Tem pós-doutorado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pesquisa História Pública, História Digital e Divulgação Científica. Também desenvolve pesquisas sobre crimes nazistas e justiça no pós-guerra.