Brasileiros apoiam diversidade e investimento público em cultura, aponta pesquisa

1 de julho de 2020

Metade dos brasileiros defende a liberdade criativa nas manifestações culturais. 48% dos entrevistados acreditam que é papel do Estado investir em cultura. 53% dizem que quem recebe recurso público deve exaltar as qualidades do país. Cultura está em penúltimo lugar entre prioridades, à frente apenas da ciência.

Agência Bori

Uma pesquisa encomendada pelo Brazil Forum UK, conferência promovida por estudantes brasileiros no Reino Unido, apontou que metade da população brasileira é contra o controle governamental da produção cultural nacional, mas 53% defende que, caso receba recursos públicos, a obra deve exaltar as belezas e as qualidades do Brasil.

Os dados serão apresentados no dia 1º de julho, durante a 5ª edição do evento, que é realizado na Escola de Economia e Ciência Política de Londres e na Universidade de Oxford desde 2016 e, neste ano, acontece por meio de teleconferências. O levantamento foi feito pelo Ideia Big Data e coletou respostas de 1.523 brasileiros de todas as regiões do país sobre a produção cultural nacional, entre a última semana de março e a primeira semana de abril. A amostra, estratificada por gênero, faixa etária (a partir dos 18 anos), escolaridade, classe social e região, é representativa do Brasil e foi acessada por meio de um aplicativo de pesquisa.

A pesquisa apontou que 50% dos entrevistados são contrários à ideia de que o governo controle as produções culturais, financiando apenas obras de seu interesse, enquanto 20% concordam com o controle por parte do estado. Metade dos entrevistados defende a liberdade criativa das manifestações culturais, mesmo que não se sintam representados por algumas delas, enquanto apenas 18% discordam da defesa de incentivo à diversidade das produções culturais. Outros 25% concordaram com a afirmação de que não é papel do Estado investir em cultura, e sim das empresas, enquanto 48% discordam, ou seja, apoiam o investimento público em produções culturais. Cerca de 53% dos respondentes concordam que produtos culturais que recebem recursos públicos devem exaltar as belezas e qualidades nacionais, contra 16% de discordantes.

Os participantes da pesquisa também foram perguntados sobre quais áreas deveriam ser priorizadas em 2020. Em primeiro lugar ficou a saúde, seguida da educação, do meio ambiente e da segurança pública. A cultura foi citada em penúltimo lugar entre as prioridades, seguida da ciência.

De acordo com Eduardo Carvalho, do comitê organizador do Brazil Forum UK e bolsista do Programa Chevening Clore Leadership, financiado pelo governo do Reino Unido, os resultados denunciam a desvalorização da cultura por parte da população e dos governantes. “A população parece não compreender que o investimento na cultura, especialmente público, pode se reverter em desenvolvimento econômico e social, a exemplo do que ocorre a diversos países, como a Inglaterra e a Austrália”, avalia.

Fonte: Agência Bori

Agência Bori

A BORI é uma iniciativa criada para conectar o conhecimento inédito produzido por pesquisadores brasileiros a jornalistas de todos os tipos de veículos de comunicação do país. Por enquanto, estamos trabalhando com uma versão beta, ainda em testes.

Deixe um comentário

Your email address will not be published.

Don't Miss