“Sonic 3”: filme acerta em tudo e honra personagem clássico

“Sonic 3” acerta em tudo e faz até marmanjos dos anos 1990 se emocionarem com a adaptação perfeita do game.
29 de dezembro de 2024
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Sonic 3 está nos cinemas brasileiros desde dezembro. Foto: divulgação.

Na primeira cena pós-créditos de “Sonic 3”, o cinema onde eu estava veio abaixo com a aparição em grande estilo de uma nova personagem do clássico jogo da Sega. O filme tem classificação 12 anos, mas as centenas de crianças presentes vibraram como se não houvesse amanhã. Eu não precisava daquele sinal para me convencer, mas estava mais do que claro que “Sonic 3” já pode ser classificado como um grande sucesso.

“Sonic 3” chegou aos cinemas brasileiros em 25 de dezembro. Dirigido por Jeff Fowler, o filme apresenta um elenco de vozes que inclui Ben Schwartz como Sonic, Idris Elba como Knuckles, Colleen O’Shaughnessey como Tails e Keanu Reeves como Shadow. O roteiro é assinado por Patrick Casey, Josh Miller e John Whittington. A duração do filme é de 1 hora e 49 minutos, e a distribuição ficou a cargo da Paramount Pictures.

A trama segue Sonic, Knuckles e Tails em uma aliança para proteger a poderosa Esmeralda Mestra. Uma nova ameaça surge quando os militares da G.U.N. descobrem que o corpo do Dr. Eggman desapareceu, levando a uma perseguição repleta de perigos e reviravoltas. O trio de heróis precisa se unir mais do que nunca para impedir uma catástrofe ainda maior. 

A produção utiliza uma combinação de CGI e ação real, destacando a atuação de Keanu Reeves como Shadow e Jim Carrey em um papel duplo como Robotnik. A crítica destaca a importância do trabalho em equipe e aborda temas como a vingança, equilibrando ação e emoção. 

É muito bom

Os dois primeiros filmes da franquia já tinham sido ótimos, mas este terceiro foi o melhor de todos. O universo do ouriço azul tem sido muito bem explorado. “Sonic 3” combina aventura e comédia de uma forma que poucas produções conseguem hoje em dia. A direção é segura e o roteiro é super bem amarrado, com diversos easter eggs, não só do universo gamer, mas da cultura pop de uma forma geral. Em nenhum momento o filme parece “caça-níquel”. Ou seja, em vários pontos onde franquias atuais, como a da Marvel, fracassam, a de Sonic não só acerta, como tira nota máxima.

O filme é inteligente em sua forma de usar as personagens. Estão todos lá, mesmo que por poucos minutos. Quando aparecem, essa aparição faz sentido, não é um acumulado de referências soltas ou bobas. Sonic e sua turma estão desta vez nos Estados Unidos, Inglaterra e Japão. Mas fogem do óbvio. Em cada etapa há visuais diferentes e missões mais legais que a outra. O que amarra isso tudo é a saga de Shadow, que não é um vilão, mas apenas alguém que sente muita raiva e frustração, e que por isso comete muitos erros. É uma mensagem bacana para a garotada. 

Eu tenho 42 anos e cresci jogando Sonic, tanto em casa quanto na casa dos amigos. No Master System e Mega Drive. Uma época maravilhosa para ser criança. Ver, agora, uma adaptação como essa me deixa bastante feliz e entusiasmado. O novo “Mario” (outra adaptação incrível em tempos recentes) despertou esses mesmos sentimentos. “Sonic 3” confirma tudo. Para ver sem medo.

Bruno Leal

Fundador e editor do Café História. É professor adjunto de História Contemporânea do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB). Doutor em História Social. Pesquisa História Pública, História Digital e Divulgação Científica. Também desenvolve pesquisas sobre crimes nazistas, justiça no pós-guerra e as duas guerras mundiais. Autor de "Quero fazer mestrado em história" (2022) e "O homem dos pedalinhos"(2021).

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