Filme sobre físico criador da bomba atômica já tem data de lançamento, trailer e revelações surpreendentes

“Oppenheimer” é o novo filme de Christopher Nolan.
27 de abril de 2023
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Filme estreia em 21 de julho deste ano e é uma das grandes apostas da indústria para o verão americano. Imagem Universal Pictures.

“Oppenheimer”, o novo filme do roteirista e diretor britânico Christopher Nolan (“Batman – O Cavaleiro das Trevas” e “Interstellar”), chega aos cinemas no dia 21 de julho de 2023. O filme é baseado no livro vencedor do Prêmio Pulitzer, “American Prometheus: The Triumph and Tragedy of J. Robert Oppenheimer”, de Kai Bird e do falecido Martin J. Sherwin, e conta a história do físico teórico norte-americano Robert Oppenheimer (1904-1967), que em 1942 integrou e dirigiu o Projeto Manhattan, responsável por desenvolver a primeira bomba atômica da história.

O filme é estrelado por Cillian Murphy como J. Robert Oppenheimer e Emily Blunt como sua esposa, a bióloga e botânica Katherine “Kitty” Oppenheimer. O vencedor do Oscar Matt Damon interpreta o General Leslie Groves Jr., diretor do Projeto Manhattan, e Robert Downey Jr. interpreta Lewis Strauss, um comissário fundador da Comissão de Energia Atômica dos Estados Unidos.

O elenco conta ainda com a indicada ao Oscar Florence Pugh, que interpreta a psiquiatra Jean Tatlock. Benny Safdie interpreta o físico teórico Edward Teller, Michael Angarano interpreta Robert Serber e Josh Hartnett interpreta o pioneiro cientista nuclear americano Ernest Lawrence.

Explosão sem CGI

Em declaração recente à imprensa, Nolan disse que recriou no filme uma explosão nuclear sem recorrer a efeitos especiais produzidos por Computer-generated imagery (CGI).  “Acho que recriar o teste Trinity [a primeira detonação de uma arma nuclear, no Novo México] sem o uso de computação gráfica foi um grande desafio?”, disse Nolan.

Na declaração, ele explicou também que desde o início, ele e Andrew Jackson, seu supervisor de efeitos visuais, estavam procurando uma forma como poderíamos fazer muitos dos elementos visuais do filme de forma prática, desde a representação da dinâmica quântica e da física quântica até o teste Trinity.

Nolan classifica “Oppenheimer” foi um dos projetos mais desafiadores de sua carreira:

“É uma história com escala e escopo imensas. É um dos projetos mais desafiadores que já assumi em termos de escala e em termos de encontrar a amplitude da história de Oppenheimer. Havia grandes desafios logísticos, grandes desafios práticos. Mas eu tinha uma equipe extraordinária, e eles realmente trabalharam intensamente. Levará um tempo até terminarmos. Mas, certamente, enquanto vejo os resultados chegando e enquanto estou montando o filme, estou emocionado com o que minha equipe conseguiu alcançar.”

Robert Oppenheimer

Nascido em Nova York, no seio de uma família judia, Oppenheimer era filho de um imigrante alemão que fez carreira na área da importação de produtos têxteis. Graduou-se na Universidade de Harvard, em 1925, e doutorou-se dois anos depois na Universidade de Göttingen, na Alemanha. Foi professor na Universidade de Berkeley, na Califórnia, e ao longo da carreira fez importantes contribuições para a física teórica, especialmente na área da mecânica quântica.

Em 1942, Oppenheimer foi recrutado para liderar o Projeto Manhattan, que foi criado para desenvolver uma arma nuclear antes que a Alemanha nazista pudesse fazê-lo. Sua equipe tinha cientistas britânicos e norte-americanos de renome, e contava com vultuoso investimento estatal para vencer as limitações tecnológicas da época. Milhares de pessoas participavam do projeto.

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Cillian Murphy no papel principal. Foto: Universal Pictures.

Em 1945, o Projeto Manhattan produziu duas bombas atômicas: a primeira foi detonada em um teste no deserto do Novo México, e a segunda foi lançada sobre Hiroshima, no Japão, em 6 de agosto de 1945. A explosão matou dezenas de milhares de pessoas instantaneamente e levou à rendição do Japão, encerrando a Segunda Guerra Mundial.

Depois da guerra, Oppenheimer foi eleito presidente da Comissão para a Energia Atômica dos EUA e foi investigado pelo governo americano por “simpatias ao comunismo”, o que nunca se comprovou.  No fim da vida, Oppenheimer criticou o uso de armamentos atômicos como forma de coerção nas relações internacionais e defendeu o controle das armas nucleares no ápice da Guerra Fria.

“No final da década de 1950 e no início dos anos 1960, Oppenheimer estava muito amargurado e lamentava muitas coisas. A razão do seu arrependimento sempre se concentrou nesses fracassos do pós-guerra. Ele lamentou não ter tido sucesso nas suas ambições de controle de armas e ter sido incapaz de frear o aumento dos grandes arsenais de vários megatons”, afirma Alex Wellerstein, historiador especialista em armas nucleares, explica à BBC News Mundo.

Bruno Leal

Fundador e editor do Café História. É professor adjunto de História Contemporânea do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB). Doutor em História Social. Tem pós-doutorado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pesquisa História Pública, História Digital e Divulgação Científica. Também desenvolve pesquisas sobre crimes nazistas e justiça no pós-guerra.

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