Estudante de história está entre os vencedores de competição de programação

14 de setembro de 2017

Lucas Orquisa Pereira é integrante do grupo que desenvolveu o “Projeto Hermes”, que permite melhorar a divulgação de eventos acadêmicos.

Bruno Leal | Agência Café História

Lucas Orquisa Pereira, estudante do quinto período do curso de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é um dos integrantes do grupo vencedor da segunda edição do HackathonUFRJ, evento interdisciplinar de programação promovido pelo curso de Engenharia Eletrônica e de Computação da UFRJ. A competição ocorreu no Centro de Tecnologia (CT) entre os dias 29 e 31 de agosto e a seleção dos melhores projetos ficou a cargo de um júri formado por membros da universidade e profissionais de tecnologia. Além de Pereira, o grupo vencedor é formado por Diogo Amorim, Gustavo Calonico, João Pedro Wieland e Marcelo Teixeira, alunos do curso de eletrônica e de ciência da computação. Os cinco estudantes desenvolveram o “Projeto Hermes”, que poderá, em breve, contribuir para uma melhor forma de divulgar eventos acadêmicos na universidade.

Projeto-Hermes
Da esquerda para a direita: Joao Pedro Wieland, Lucas Orquisa Pereira, Diogo Amorim, Marcelo Teixeira e Gustavo Calonico. Foto: Acervo pessoal de Lucas Orquisa Pereira.

– Apesar de haver inúmeros eventos e atividades na faculdade, os alunos costumam ir apenas em eventos do próprio curso. Isso ocorre porque, basicamente, não temos uma boa divulgação das atividades. Em geral, é usado o e-mail ou a seção de eventos do Facebook. Quase ninguém fica sabendo. Pensamos então em uma plataforma em que você faz um perfil e escolhe interesses em tags. Daí o algoritmo filtra os eventos baseado nisso. Assim, dinamizamos o acesso às informações dos eventos. O nome escolhido foi Projeto Hermes, inspirado na ideia de que a Minerva é o símbolo de nossa faculdade. Seguimos a ideia de nomes de divindades. – disse Pereira.

No total, sete projetos foram desenvolvidos em uma verdadeira maratona de programação. Ao longo de 48 horas, os competidores exploraram temas que foram de comunicação a transporte e segurança. Todos trabalharam, se alimentaram e dormiram no local que foi preparado pela organização do evento para esse fim. Os estudantes do grupo vencedor contarão agora com o apoio da UFRJ para seu projeto ser implementado dentro da universidade, via apoio institucional da Reitoria.

História & Tecnologia

O fato do grupo vencedor ter um estudante de História é algo que merece destaque. Nos últimos anos, o desenvolvimento dos campos da História Pública e da História Digital tem levado muitos estudantes e professores da área a se interessarem pelos possíveis diálogos entre as novas mídias e a História. Pereira é um exemplo deste interesse. Em conversa com o Café História, ele explicou o que significou participar do HackathonUFRJ:

– Apesar de não ter nenhum conhecimento sobre programação, minha experiência com História e atividades com público foram de grande ajuda ao grupo. É incrível o que se pode fazer com pessoas de áreas diferentes. Eu, particularmente, me abri à ideia de entender melhor programação e de pensar em como mesclar isso ao acesso ao estudo de História, com algum aplicativo, por exemplo. A ideia primordial de uma universidade é justamente unir as diversas escolas que estão nela. Acredito que com acesso à informação (que nosso aplicativo pretende dar) e um pouco de vontade de se aventurar a ir a outro campus, podemos criar projetos interdisciplinares que nem sequer havíamos pensado em nossas “bolhas acadêmicas”.

Hackathon: uma tradição

O termo Hackathon tem sido utilizado nos últimos anos para se referir a maratonas de programação nas quais especialistas de diferentes áreas se reúnem para explorar dados, códigos e sistemas, além de discutir novas ideias e construir softwares inovadores.

A segunda edição do evento na UFRJ teve como lema “A universidade que ninguém vê”. Qualquer aluno, funcionário ou professor da UFRJ está elegível a participar do evento. A ideia do HackathonUFRJ é incentivar a inovação e, ao mesmo tempo, contribuir para uma melhoria dos ecossistemas da universidade.


Como citar essa notícia

CARVALHO, Bruno Leal Pastor de. Estudante de história está entre os vencedores de competição de programação (Notícia). In: Café História – história feita com cliques. Disponível em: https://www.cafehistoria.com.br/hackathonufrj/. Publicado em: 14 set. 2017. Acesso: [informar data].

Bruno Leal

Fundador e editor do Café História. É professor adjunto de História Contemporânea do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB). Doutor em História Social. Tem pós-doutorado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pesquisa História Pública, História Digital e Divulgação Científica. Também desenvolve pesquisas sobre crimes nazistas e justiça no pós-guerra.

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