Buscas por “ditadura militar” no Google disparam neste domingo

31 de março de 2019
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De acordo com o Google Trends, pesquisas aumentaram desde o último dia 25 de março, quando presidente Bolsonaro sugeriu “comemorações devidas” pelo aniversário do Golpe de 1964.

Por Bruno Leal | Agência Café História

O presidente Jair Bolsonaro determinou no último dia 25 de março que o Ministério da Defesa organizasse as “comemorações devidas” no aniversário de 55 anos do golpe de 1964. De acordo com o porta-voz do Palácio do Planalto, o general Otávio Rêgo Barros, cabe aos comandantes de guarnições militares determinar o que se deve entender por “comemorações devidas”. Esta é a primeira vez, desde o fim do regime autoritário em 1985, que um presidente da República sugere a comemoração do Golpe.

A fala de Bolsonaro coincide com o aumento de buscas relacionadas ao termo “ditadura militar” no Google, o maior mecanismo de buscas da internet. Buscas relacionadas ao temos também aumentaram.

O Café História utilizou o Google Trends para entender melhor a extensão deste fenômeno na última semana. O Google Trends é uma ferramenta do Google que mostra os mais populares termos buscados em um passado recente ou período determinado. A ferramenta apresenta gráficos com a frequência em que um termo particular é procurado em sua base e explicações do que esses dados indicam que reproduzimos a seguir.

No primeiro gráfico, vemos o volume de buscas para o termo “ditadura militar” entre o dia 24 de março e agora:

“Os números representam o interesse de pesquisa relativo ao ponto mais alto no gráfico de uma determinada região em um dado período. Um valor de 100 representa o pico de popularidade de um termo. Um valor de 50 significa que o termo teve metade da popularidade. Uma pontuação de 0 significa que não havia dados suficientes sobre o termo.”

No segundo gráfico, podemos ver os cinco estados brasileiros onde a busca foi mais intensa:

“Os valores são calculados em uma escala de 0 a 100, em que 100 é o local com a maior popularidade como uma fração do total de pesquisas naquele local; 50 indica um local que tem metade da popularidade; e 0 indica um local em que não houve dados suficientes para o termo.”

O Google Trends indica tendências e aumento acentuado nas pesquisa sobre determinados termos. Portanto, vale lembrar que o aumento de pesquisa é uma avaliação proporcional e não um número absoluto. Para explicar melhor, vamos considerar que um termo X possui 2.000 pesquisas que sobem para 2.010 no prazo de uma semana. Esse termo não apresenta uma tendência acentuada de aumento. Vamos comprar com um termo Y que possuía 70 pesquisas e sobe para 950 no mesmo período. O termo Y possui um aumento acentuado, representando uma tendência, embora em número absolutos, a busca pelo termo Y continue sendo menor.

É por isso que o Google inclui a seguinte observação: “um valor maior significa uma proporção maior de consultas, não uma contagem absoluta maior. Um pequeno país em que 80% das consultas são sobre “bananas” terá duas vezes a pontuação de um grande país em que somente 40% das consultas são sobre esse termo.”

No terceiro gráfico, podemos ver as consultas relacionadas ao termo “ditadura militar”:

“A pontuação está em uma escala relativa, em que 100 é a consulta mais pesquisada; 50 é a consulta feita com metade dessa frequência etc.”

No quarto gráfico, podemos ver os assuntos relacionados ao termo “ditadura militar”:  

“A pontuação está em uma escala relativa, em que 100 é o assunto mais pesquisado; 50 é o assunto pesquisado com metade dessa frequência etc.”

Como citar esta notícia

CARVALHO, Bruno Leal Pastor de. Estas são as pesquisas relacionadas a ditadura militar mais buscadas no Google na última semana (notícia). In: Café História – História feita com cliques. Disponível em: https://www.cafehistoria.com.br/ditadura-militar-buscas-no-google/. Publicado em: 31 mar. 2019.

Bruno Leal

Fundador e editor do Café História. É professor adjunto de História Contemporânea do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB). Doutor em História Social. Tem pós-doutorado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pesquisa História Pública, História Digital e Divulgação Científica. Também desenvolve pesquisas sobre crimes nazistas e justiça no pós-guerra.

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