Nova minissérie da Netflix retrata a história de grupo que resgatou perseguidos pelo nazismo

"Transatlântico" fez a sua estreia na Netflix no último dia 7 de abril e conta com 7 capítulos. Minissérie inspira-se na história real de Varian Fry (1907-1967), um jornalista americano que foi o membro fundador do Emergency Rescue Committee (ERC).
16 de abril de 2023
Nova minissérie da Netflix retrata a história de grupo que resgatou perseguidos pelo nazismo 1
Durante a Segunda Guerra, dois americanos e seus aliados montam uma operação em Marselha para ajudar refugiados, artistas e escritores a fugir da Europa. Foto: Netflix.

A minissérie “Transatlântico” (Transatlantic, 2023) fez a sua estreia na Netflix no último dia 7 de abril. A produção original da plataforma de streaming se passa durante a Segunda Guerra Mundial. Dois americanos e seus aliados montam uma operação em Marselha para ajudar refugiados, artistas e escritores a fugir da Europa. Dentre as figuras que passam por essa “rota de fuga” estavam nomes como Hannah Arendt, Walter Benjamin, Marc Chagall, Marcel Duchamp e Andre Breton.

Criada por Anna Winger e Daniel Hendler e baseada no romance The Flight Portfolio, de Julie Orringer, a minissérie inspira-se na história real de Varian Fry (1907-1967), um jornalista americano que foi o membro fundador do Emergency Rescue Committee (ERC), uma entidade humanitária fundada em 1933 a pedido de Albert Einstein e que funcionava nos fundos de um hotel. Na Marselha dos anos 1940, Fry trabalhou com uma equipe de diferentes nacionalidades – muitos deles refugiados – para ajudar as pessoas visadas pelo regime nazista.

Estima-se que mais de 4.000 pessoas conseguiram escapar do nazismo com apoio financeiro da entidade, além de conseguirem, por meio dela, emprego, lugares para se esconder e os meios para deixar a França de Vichy (a parte da França que colaborou com o nazismo). 

Quando Fry voltou para Nova York e à medida que a crise na Europa se aprofundava, o ERC se fundiu com a International Relief Association. Essa nova organização tornou-se o Comitê Internacional de Resgate, que continua a apoiar os refugiados por mais de noventa anos.

Em entrevista recente, David Miliband, atual presidente e CEO do IRC, disse:

“Fry e seus colegas tiveram pouca precedência, mas por meio de ação e engenhosidade – adotando o pensamento inventivo, assumindo riscos calculados e construindo e escalando por meio do sucesso, eles apoiaram mais de 4.000 pessoas com fundos, empregos, lugares para se esconder e meios para deixar Vichy França. Por 90 anos, esse espírito persistiu em todo o IRC e em nossos programas em 40 países em todo o mundo, enquanto continuamos a ajudar e apoiar as pessoas em tempos de conflito para sobreviver e reconstruir suas vidas.”

A minssérie da Netflix conta com sete capítulos (de aproximadamente 50 minutos cada) e traz Gillian Jacobs, Lucas Englander e Cory Michael Smith no elenco.

Com informações da IRC Comunicações Globais e da Netflix.

Bruno Leal

Fundador e editor do Café História. É professor adjunto de História Contemporânea do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB). Doutor em História Social. Pesquisa História Pública, História Digital e Divulgação Científica. Também desenvolve pesquisas sobre crimes nazistas, justiça no pós-guerra e as duas guerras mundiais. Autor de "Quero fazer mestrado em história" (2022) e "O homem dos pedalinhos"(2021).

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