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Os “cavalos-soldados” da Primeira Guerra Mundial

Cavalos na Primeira Guerra Mundial

Membros da Royal Scots Greys próximos de Brimeux, França, em 1918. Foto: funcionário do governo britânico. National Library of Scotland, Shelfmark ID L.714. Domínio Público.

Historiadores calculam que mais de 90% dos cavalos ingleses enviados para os campos de batalha na Primeira Guerra Mundial (1914-1919) nunca retornaram. Na época, embora já se empregasse carros e tanques em conflitos armados, os animais ainda representavam uma das principais formas de locomoção em combate. Era a chamada “cavalaria”, considerada uma tropa rápida e eficaz de luta envolvendo soldados.

Mas os cavalos não serviram apenas para carregar combatentes: os animais também foram vitais para o envio de mensagens, transporte de armas e suprimentos. E isso, claro, consumia muitos recursos. Como passavam horas e até dias carregando excesso de objetos e peso, passando frio e calor, precisavam ser alimentados corretamente. Durante os quatro anos de campanha, o exército britânico, por exemplo, precisou arcar com toneladas de alimentos para manter seus cavalos vivos.

Conforme o site World War History Online, estima-se que até o fim da Primeira Guerra Mundial cerca de oito milhões de cavalos tenham sido utilizados pelos dois lados no conflito, além de 213 mil mulas. Do lado britânico, dos quase 1 milhão de cavalos enviados ao front aliado, apenas 65.000 retornaram. No que diz respeito às forças francesas, esse número pode ter chegado a pouco mais 500 mil. E do lado alemão, historiadores acreditam que as fatalidades envolvendo cavalos podem ter alcançado a casa dos dois milhões. A maioria morreu em combate. No entanto, devemos considerar que muitos também se perderam ou foram simplesmente vendidos.

Os “cavalos-soldados” eram extremamente respeitados entre os combatentes. Documentos encontrados no Ministério da Guerra Inglês, revelam que dezenas de milhares de animais que corriam risco de morte após lutarem na guerra foram salvos graças a um ofício que Winston Churchill enviou para a sua própria secretaria de Estado de Guerra e par ao Ministério de Transporte. O esforço logrou êxito: em apenas uma semana, foram enviados de volta para Grã-Bretanha 21 mil cavalos.

A História dos cavalos na Primeira Guerra Mundial ainda é desconhecida do grande público. Mas, recentemente, foi possível descobrir um pouco mais sobre ela com o filme do diretor americano Steven Spielberg, “Cavalo de Guerra”, lançado em 2012. A sinopse do filme:

“Ed Narracot (Peter Mullan) é um camponês destemido e ex-herói de guerra. Com problemas de saúde e bebedeiras, batalha com a esposa Rose (Emily Watson) e o filho Albert (Jeremy Irvine) para sobreviver numa fazenda alugada, propriedade de um milionário sem escrúpulos (David Tewlis). Cansado da arrogância do senhorio, decide enfrentá-lo em um leilão e acaba comprando um cavalo inadequado para os serviços de aragem nas suas terras. O que ele não sabia era que seu filho estabeleceria com o animal uma conexão jamais imaginada. Batizado de Joey pelo jovem, os dois começam seus treinamentos e desenvolvem aptidões, mas a 1ª Guerra Mundial chegou e a cavalaria britânica o leva embora, sem que Albert possa se alistar por não ter idade suficiente. Já nos campos de batalha e durante anos, Joey mostra toda a sua força e determinação, passando por diversas situações de perigo e donos diferentes, mas o destino reservava para ele um final surpreendente.”

Se você quiser saber mais sobre a “guerra dos cavalos”, pode acessar também o ótimo blog “Warrior – A Real War House”, do historiador Brough Scott, que escreveu um livro de referência sobre o assunto.

Referências

World War History Online | Jornal de Notícias | Warrior War Horse

Como citar este artigo

CLARO, Celso Fernando. A representatividade asiática na história do Oscar (Artigo). In: Café História. Disponível em: https://www.cafehistoria.com.br/a-representatividade-asiatica-na-historia-do-oscar/. ISSN: 2674-5917. Publicado em: 27 Fev. 2023.

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