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Aula inaugural do curso de história da USP discute Ensino de História e Escola “sem” Partido

Evento marca o início simbólico do primeiro semestre do ano letivo

Da Redação

Acontece no dia 6 de março, segunda-feira, a aula inaugural do curso de graduação em História da Universidade de São Paulo (USP). A aula, que marca simbolicamente o início do primeiro semestre do ano letivo, será ministrada por Circe Maria Fernandes Bittencourt, professora da pós-graduação da Faculdade de Educação da USP e da Pontifícia Universidade Católica-SP. O título da aula é: “Avanços no Ensino de História e a confrontação com o projeto do Escola sem Partido”.

A escolha da temática para a aula inaugural vem em boa hora. Nos últimos anos, dezenas de projetos e anteprojetos de Lei inspirados nas propostas do “Escola Sem Partido”, movimento que tenta associar a educação crítica à ideologias partidárias, vêm sendo discutidos em âmbito estadual e municipal. Em julho de 2016, um desses projetos chegou a ser aprovado. Em Alagoas, a lei estadual instituiu o programa “Escola Livre”. Na época, a Advocacia-Geral da União emitiu um parecer apontando a inconstitucionalidade do mesmo. Mas, até o momento, a lei continua em vigor. Além disso, o Presidente Michel Temer acaba de aprovar a reforma do Ensino Médio, que retira a obrigatoriedade da História deste nível do ensino.

Rampa do prédio do Departamento de História e Geografia na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH – USP), no campus da Cidade Universitária em São Paulo. Foto: Marcos Santos / Imagens USP.

Por telefone, Bittencourt contou ao Café História que o convite para aula inaugural partiu dos alunos do curso de História da USP, com apoio do Departamento:

– Os alunos, em particular, não o Departamento em si, me solicitaram, pessoalmente, que eu falasse da “Escola Sem Partido”, que eu a explicasse, pois há novos alunos entrando. Eles acharam que seria fundamental discutir essas questões de educação e do ensino de história, e um pouco também sobre esta política toda em relação às reformas, sobre base nacional curricular e, especificamente, como se situa aí a “Escola Sem Partido”. Pediram que eu desse uma dimensão, inclusive, se essas práticas estão acontecendo ou não. A gente sabe que tá. Apesar de ainda não implementada, já tem professor sendo demitido. Muitos professores me dizem: “olha, fui tentar ser contratado e não consegui porque coloquei minha posição”. Os professores se consideram vigiados. Eu acho que é uma situação que nós precisamos ficar denunciando, mesmo. É importante falarmos mais sobre isso.

Serviço: segunda-feira, 6 Março, 2017 – 19:00 até 23:00. Local: Auditório Fernand Braudel, Departamento de História FFLCH-USP. Gratuito, público, mas sujeito à lotação.

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