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A história da Independência para além do “grito do Ipiranga”

Resistência Indígena no Brasil

Arqueiro indígena participa de edição dos "Jogos Indígenas". Foto: Valter Campanato/ABr.

O 7 de setembro de 2022 tem algo diferente: ele marca o bicentenário da Independência do Brasil. Sabendo da importância desta efeméride, a Associação Nacional de História (ANPUH), em parceria com a Revista Almanack e a Sociedade de Estudos do Oitocentos, desenvolveram o blog “Brasil: Bicentenário das Independências”.

O site reúne textos que valorizam acontecimentos e a memória de personagens históricos atuantes na construção de outros projetos de Brasil, para além do famoso “grito da Independência”. A ideia é oferecer uma visão mais plural e rica do evento.

De acordo com os idealizadores do projeto, os professores André Roberto Machado e Andréa Slemian, membros do departamento de História da UNIFESP,:

“A missão é criar um espaço em que as/os leitoras e leitores tenham todas as semanas um texto escrito por algum/a especialista, em linguagem simples, buscando oferecer a um público amplo uma reflexão sobre os mais diversos temas. Além dos textos, inauguramos uma seção de vídeos em que professores do Ensino Fundamental comentam os textos do Blog das Independências e sugerem atividades didáticas.”

Os vídeos mencionados por Slemian e Machado podem ser acessados aqui.

Independências do Brasil

No site, há produções voltadas para as mais diversas temáticas, que vão da História das Mulheres à maçonaria. O texto “Independentemente, mulheres negras: corpos e pensamentos transgressores”, de Iamara da Silva Viana, por exemplo, destaca o protagonismo negro feminino no século XIX. No artigo, a autora explora a (r)existência de mulheres negras frente à ordem conservadora e escravista no contexto da Independência.

Já em produção dedicada à História das populações indígenas, Francisco Cancela destaca a participação cidadã desses indivíduos na luta pela conquista de direitos, no texto “Índios cidadãos no Brasil Independente”. O autor investiga a atuação indígena nas câmaras de vilas indígenas na Bahia.

O próprio marco da Independência, no dia 7 de setembro de 1822, é questionado por historiadores que colaboram para o site. A autora Ynaê Lopes dos Santos pontua que as populações negra, indígena e mestiça protagonizaram lutas e revoltas por outros projetos de Brasil independente em diferentes localidades, no texto “Outros gritos da Independência do Brasil”.

A linguagem didática e objetiva dos textos publicados no site contribuem para o grande público interessado em outras histórias da Independência do Brasil. As publicações seguem ocorrendo até outubro de 2022 e o conjunto de textos ficará disponível no ar mesmo depois do aniversário do bicentenário.

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