Exposição revela a história do palácio que se tornou residência de verão oficial dos presidentes do Brasil

11 de maio de 2017
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Exposição “Histórias do Palácio Rio Negro” revela cantos e recantos do “Palácio dos Presidentes”, em Petrópolis.

Christina Lima, em colaboração com a Agência Café História

Em um quarto no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, Getúlio Vargas saiu da vida para entrar na história. No outro, no Palácio Rio Negro, o ex-presidente passou muitos verões na aprazível cidade serrana fluminense de Petrópolis. Agora, pela primeira vez, os dois aposentos de Vargas estão expostos ao mesmo tempo e ajudam a construir um novo olhar sobre o dia a dia palaciano. A montagem do quarto de Vargas é um atrativo a mais da exposição ‘Histórias do Palácio Rio Negro’, a ser inaugurada no dia 11 de maio, para comemorar o fim da obra na infraestrutura elétrica do ‘Palácio dos Presidentes’.

Palácio Rio Negro, o "Palácio dos Presidentes"
Fachada iluminada do Palácio Rio Negro. Foto: Divulgação.

– A mobília do quarto de Getúlio Vargas está sendo exibida pela primeira vez. Agora, dois palácios – o Rio Negro e o Palácio do Catete, onde está instalado o Museu da República – terão, simultaneamente, os aposentos do ex-presidente, que gostava tanto do Rio Negro que prolongava as suas temporadas de verão em Petrópolis”, diz Magaly Cabral, diretora do Palácio Rio Negro.

A exposição com fotos e textos sobre as diversas fases do Palácio contam histórias de antes da construção em estilo eclético se tornar a residência de verão oficial dos presidentes do Brasil até hoje. As informações estão distribuídas em painéis móveis explorando sete temas: “Raízes no Império”, “A República em Petrópolis”, “O Veraneio Presidencial”, “O Palácio Depois da Década de 1960”, “Vida Privada”, “Os Hóspedes Presidentes e Curiosidades”.

Interior dos aposentos usados por Getúlio Vargos
Aposentos do presidente Getúlio Vargas no Palácio Rio Negro. Foto: Divulgação.

Quem visitar a exposição vai descobrir muitos fatos curiosos. Por exemplo: em 1896, por causa da Revolta da Armada, o governo fluminense foi transferido para Petrópolis e ocupou o Palácio até 1903; houve um trágico acidente em seus jardins em 1961; há uma bica de “água milagrosa” na propriedade; abaixo do piso há um quarto de banho conhecido como ‘banheira do Getúlio’ e também um túnel que poderia ser usado pelo presidente diante da necessidade de escapar de alguma ameaça.

O Rio Negro é uma construção muito bonita, faz parte de um complexo arquitetônico importante e tem uma rica história. A obra foi primordial para a segurança dos visitantes, dos funcionários e, é claro, do patrimônio, que estava ameaçado”, diz Magaly Cabral.

– A obra de requalificação da infraestrutura elétrica foi patrocinada pela Petrobras e realizada pelo Instituto Cultural Cidade Viva (ICCV) no interior e no exterior do Palácio e incluiu, entre outras melhorias, instalação de eletrocalhas, novos equipamentos para a casa de geradores, SPDA (para-raio) e iluminação da fachada.

Serviço da Exposição

‘Histórias do Palácio Rio Negro’ e quarto de Getúlio Vargas
Abertura para o público: 12 de maio
Horário de visitação: de terça-feira a domingo e feriados, das 10h às 17h
Endereço: Av. Koeller, 255 – Centro – Petrópolis (RJ)
Telefone: (24) 2246-2423
Entrada gratuita

Bruno Leal

Fundador e editor do Café História. É professor adjunto de História Contemporânea do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB). Doutor em História Social. Tem pós-doutorado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pesquisa História Pública, História Digital e Divulgação Científica. Também desenvolve pesquisas sobre crimes nazistas e justiça no pós-guerra.

1 Comment

  1. E, por favor, não deixem de visitar o Museu da FEB, que fica atrás – na antiga garagem do Palácio. É uma iniciativa dos filhos de ex-pracinhas da cidade que tentam guardar a memória desse período.

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